24.4.12

Cotidiano


“Estou cansada da rotina de me ser” Clarice Lispector


Hoje começamos a trabalhar, nos primeiros anos, o cotidiano... o dia a dia. E, para isso, nada melhor do que a música Cotidiano do Chico.

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Cotidiano
Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.


13.4.12

Filme e Sociologia – V de Vingança


Hoje acabamos de ver “V de vingança”, semana que vem começaremos a estudar Gramsci e o pensamento hegemônico.

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Aqui a dica de uma aluna depois que terminamos de ver o filme!

Viva la Revolución

Forfun


Tranquilão na minha

Apreciando a paisagem,

Ilusão de paz,

Que não satisfaz,

Consumismo, prepotência

Só filha da puta

Alienação

É o que vende na televisão

Enquanto os flashes miram

A coluna social

O menor no sinal

É filho de um sistema desigual


Nasce de você a revolução

Sufocada atrás da inércia

Amplifique a forma de pensar


Palmas pra você

Que ainda acredita na vitória

E os que são de paz

Não desiste dos seus ideais

Ser bem sucedido

Não é ter um Audi A3

É ter lucidez

E não se entregar a estupidez


Nasce de você a revolução

Sufocada atrás da inércia

Amplifique a forma de pensar


Nasce de você a revolução,

Sufocada atrás da inércia

Sem limites faça a expansão

E amplie a sua visão





7.4.12

Filme e Sociologia – Persépolis


Essa semana os primeiros anos começaram a ver Persépolis.
A autobiografia de Marjane que, inicialmente, era uma história em quadrinhos e se tornou uma animação bem legal.
No filme podemos trabalhar diversos temas de sociologia, mas nosso foco foi o processo de socialização da menina que se torna uma mulher no decorrer do filme. Alem disso discutimos termos fundamentais da política como: democracia, república, comunismo, ditadura, autocracia, Estado laico, teocracia, entre outros.
A história é instigante e usa uma linguagem jovem para descrever as mudanças enfrentadas por Marji e seu país, o Irã.

31.3.12

Nós fazemos a sociedade ou a sociedade nos torna o que somos?

Nós fazemos a sociedade ou a sociedade nos torna o que somos?
Para refletir sobre os dois pontos de vistas duas músicas, de um lado o Chico Brito, malandro corrompido pela sociedade. Do outro nós fazemos a hora, fazemos acontecer.




Chico Brito
Paulinho da Viola

Lá vem o Chico Brito,
Descendo o morro nas mãos do Peçanha,
É mais um processo!
É mais uma façanha!
Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte,
É valente no morro,
Dizem que fuma uma erva do norte.
Quando menino teve na escola,
Era aplicado, tinha religião,
Quando jogava bola era escolhido para capitão,
Mas, a vida tem os seus revezes,
Diz sempre Chico defendendo teses,
Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou,
A culpa é da sociedade que o transformou.



Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

29.3.12

Todos iguais?


Hoje nos segundos anos usamos a proposta de redação do ENEM de 2007 para discutirmos as diferenças:



Engenheiros do Hawaii

Há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença

há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há palavras que nunca são ditas
há muitas vozes repetindo a mesma frase
(ninguém = ninguém)
me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira

todos iguais, todos iguais
mas uns mais iguais que os outros

Titãs

Os homens são todos iguais
(...)
Brancos, pretos e orientais
Todos são filhos de Deus
(...)
Kaiowas contra xavantes
Árabes, turcos e iraquianos
São iguais os seres humanos
São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros
Americanos contra latinos
Já nascem mortos os nordestinos
Os retirantes e os jagunços
O sertão é do tamanho do mundo
Dessa vida nada se leva
Nesse mundo se ajoelha e se reza
Não importa que língua se fala
Aquilo que une é o que separa
Não julgue pra não ser julgado
(...)
Tanto faz a cor que se herda
(...)
Todos os homens são iguais
São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros

3. A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras. Unesco. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural.

Todos reconhecem a riqueza da diversidade no planeta. Mil aromas, cores, sabores, texturas, sons encantam as pessoas no mundo todo; nem todas, entretanto, conseguem conviver com as diferenças individuais e culturais. Nesse sentido, ser diferente já não parece tão encantador. Considerando os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema:
O desafio de se conviver com a diferença